Entre os dias 26 e 29 de novembro, o auditório Dr. Ronaldo de Araújo, no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), em Belém, foi palco da III Jornada de Reabilitação da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV). O evento trouxe como tema “Da Tradição à Inovação do Cuidado em Saúde no Contexto Amazônico” e reuniu profissionais de saúde, acadêmicos e gestores em torno de discussões enriquecedoras sobre o cuidado e a reabilitação no território amazônico.
A abertura oficial, que aconteceu no dia 26, contou com uma palestra com a temática: “Construindo referências sobre atenção à saúde no território amazônico: interfaces entre políticas públicas no tratamento de pessoas com doenças crônicas e o cuidado”, lançando luz sobre os desafios e avanços regionais no campo da reabilitação.
A terapeuta ocupacional Karla Aita, integrante da equipe de organização do evento, afirma que a jornada superou todas as expectativas e os desafios que a temática trouxe para o público participante.
“O maior desafio na organização da terceira jornada foi traduzir a complexidade das ações realizadas no contexto hospitalar, onde atendemos uma diversidade de populações e comunidades que chegam a um espaço de alta complexidade. Tentar condensar toda essa realidade em um evento de apenas quatro dias foi um grande desafio. O evento precisou abordar não apenas as tecnologias mais duras que costumamos esperar, mas também as tecnologias leves e sutis que desempenham papel fundamental na promoção da saúde”, pontuou.
Segundo Aita, a proposta era trazer “essas questões para o centro do debate, considerando as diversas práticas de profissionais como terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e educadores físicos, todos envolvidos, de alguma forma, na reabilitação dos usuários que chegam ao Hospital de Clínicas Gaspar Vianna”.
Para a terapeuta ocupacional Carla Adriana Nascimento, dois momentos marcaram a Jornada. “O primeiro foi escutar e refletir sobre os cuidados paliativos, uma demanda crescente no hospital. Trabalhamos com pacientes cardiopatas, desde recém-nascidos até adultos, e esse é um tema ainda nebuloso. Por isso, foi tão importante vê-lo tratado com o cuidado que merece”, ressaltou.
O segundo momento especial, segundo Carla, foi a apresentação de trabalhos de comunicação oral em parceria com estudantes residentes. “Apresentamos temas como o treinamento de profissionais de apoio no ensino superior e o uso de tecnologia assistiva, que é uma frente de trabalho muito presente aqui no hospital. Compartilhar esses conhecimentos foi muito significativo”, declara.
Já para Wildete Cardoso, terapeuta ocupacional da Clínica Cardiológica desde 2018, a jornada trouxe aprendizados valiosos. “Esse evento integra profissionais de diversas áreas com experiências variadas, promovendo reflexões importantes sobre onde estamos e para onde queremos ir como equipe e instituição”.
Destaques da Programação:
No segundo dia de evento , a Conferência Magna abordou o tema “Fazeres populares e inventividade no cuidado em saúde de comunidades amazônicas”. Outras discussões importantes incluíram:
•Território como instrumento na reabilitação psicossocial: experiências na Amazônia.
•Educação física em contexto hospitalar: o exercício resistido junto a pacientes hospitalizados.
•Avaliação clínica das disfagias na criança: o papel do cuidador no manejo da deglutição.
•Biotecnologias na reabilitação: ultrassom e videodeglutograma.
No terceiro dia, a programação focou em possibilidades terapêuticas e inovações tecnológicas. Entre os temas apresentados:
•Educação Física no contexto hospitalar: possibilidades terapêuticas.
•Fisioterapia e tecnologia na reabilitação de pacientes cardiopatas.
•Terapia Ocupacional e Fisioterapia na Psiquiatria: práticas integrativas e complementares.
•Adaptações alimentares para pacientes hospitalizados em contextos amazônicos: desafios.
No último dia, o destaque foi para cuidados paliativos e a gestão de reabilitação, com temas como:
•Cuidados paliativos: uma abordagem contemporânea acerca do viver e do morrer.
•Poesia e artes no cuidado paliativo cardiológico pediátrico.
•Desafios e inovações na gestão dos serviços de reabilitação no Pará.
A programação encerrou com uma cerimônia de premiação e uma apresentação cultural e se consolidou como um espaço de troca de saberes, fortalecendo o papel do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna como referência em cuidado e inovação na Amazônia.
Texto: Kelly Barros (Ascom HC)